Representante da Davati diz que Ong de coronel bolsonarista intermediou venda de vacina junto ao governo.
Cristiano Carvalho também afirmou ainda que Dominghetti citou "comissionamento", um outro nome à propina, e que Roberto Dias o procurava “insistentemente”.
Em depoimento à CPI do Genocídio, o representante da Davati no Brasil, Cristiano Carvalho, revelou que o Reverendo Amilton Gomes, o coronel Hélcio Bruno Almeida e o ex-funcionário do Ministério da Saúde, Roberto Dias, eram os responsáveis diretos pela negociação da AstraZeneca e pedido de propina.
Além disso, Carvalho citou o chamado “grupo do Blanco” que seria o responsável pelas negociações.
O representante da Davati também comentou que, durante o jantar, o qual não participou, mas tomou conhecimento por Domingueti, para negociar as 400 milhões da vacina AstraZeneca, Roberto Dias teria citado o “comissionamento” por venda de cada dose, ou seja, propina.
Dessa maneira, ele revelou que o policial militar Domingueti o procurou afirmando que tinha uma demanda de vacinas por parte do Ministério da Saúde.
Por sua vez, Carvalho passou a demanda a Davati. Posteriormente, ele confirmou a realização do jantar onde foi citado o “comissionamento” pela venda das vacinas vendidas, no caso, propina.
Após este encontro, Cristiano Carvalho afirmou que Roberto Dias passou a procurá-lo insistentemente e que, geralmente, mandava mensagens e ligava em horários “fora do comum”.
Ainda assim, ele informou à CPI que, por parte de Roberto Dias as conversas foram técnicas e não houve pedido propina.
“Ele queria saber como era a aquisição, como era pago, eu tive poucas conversas com ele”.
O representante da Davati também informou que o grupo com o qual ele se relaciona era chamado de “grupo de Blanco”, no caso o Coronel Blanco.
Ainda de acordo com Cristiano Carvalho, o primeiro contato com o Ministério da Saúde foi feito no dia 3 de fevereiro deste ano.
Nesta mesma época o governo federal se recusou a negociar com a Pfizer e também de levar adiante a compra da vacina CoronaVac.
Cabe lembrar que a Davati é investigada por prática semelhante nos EUA e no Canadá.
Instituto Força Brasil
Além disso, o representante também citou uma reunião que teria ocorrido na sede Instituto Força Brasil, que tem o CNPJ em nome de Helcio Bruno de Almeida.
Coincidentemente, o site do Instituto Força Brasil foi retirado do ar nesta quarta-feira (14), um dia antes do depoimento desta quinta-feira.
O Coronel Helcio Bruno faz parte da milícia digital de apoio ao presidente Bolsonaro.
CPI: Randolfe expõe que Emanuela contradisse Onyx e Élcio.
A representante da Precisa Medicamentos disse que Luis Ricardo Miranda mentiu em depoimento, mas sua versão também contraria a posição do governo.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) destacou durante sessão da CPI do Genocídio realizada nesta quarta-feira (14) que a posição da representante da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, em depoimento contradiz não só as versões dos servidores Luis Ricardo Miranda e William Santana, do Ministério da Saúde, mas também a do próprio governo Bolsonaro.
Randolfe, que é vice-presidente da CPI, exibiu um vídeo que mostra o ministro Onyx Lorenzoni, da Secretaria-Geral, e o coronel Élcio Franco, ex-chefe da secretaria-executiva do Ministério da Saúde, afirmando que o primeiro invoice (fatura) da Precisa referente à compra da vacina Covaxin – com suspeitas de irregularidades – foi enviado entre 18 e 19 de março.
Medrades sustenta que foi no dia 22 e, por isso, foi sugerida acareação com Miranda e Santana. Os servidores denunciaram diversas irregularidades no primeiro invoice – que, segundo a técnica da Precisa, não existiu.
“A senhora ouviu aí o Coronel Elcio falando do dia 18. Na mesma coletiva, o Secretário-Geral da Presidência da República, o Sr. Onyx, fala em dia 19. Qual foi a data?”, questionou Randolfe.
“A primeira invoice foi enviada para o ministério no dia 22, conforme todas as provas que a gente já colocou aqui”, respondeu.
“Todo mundo está mentindo?”, ironizou a senadora Simone Tebet (MDB-MS). “Eles se equivocaram provavelmente”, acrescentou Emanuela.
“O Luis Miranda se confundiu, todo mundo se confundiu, o William se confundiu, menos a senhora?”, completou Tebet.
“Vejamos… A prova técnica que a senhora… Veja, o William se confundiu. Vamos lá! O Luis Ricardo se confundiu, o Ministro Onyx se confundiu, e também o Coronel Elcio Franco se confundiu. Vamos trabalhar, então, com esta hipótese de que todos se confundiram… Todos esses se confundiram…”, disse Rodrigues.
A depoente, então, acusou Miranda e Santana de mentir, o que fez com que o vice-presidente da CPI concluir que os representante do governo também teriam faltado com a verdade. “Então, o Coronel Elcio Franco e o Onyx também mentiram, porque eles reafirmam o depoimento do William. Eles reafirmam o depoimento do Luis Ricardo”, finalizou Rodrigues.
Entidade bolsonarista Força Brasil entra na mira da CPI da Covid.
Em 12 de março, Cristiano Carvalho teve uma reunião com o Ministério da Saúde para tratar da venda de vacinas mediada por presidente do instituto.
O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou há pouco à CPI da Covid que a entidade bolsonarista Instituto Força Brasil também deve ser investigada pela comissão.
Em 12 de março, Cristiano Carvalho teve uma reunião com o Ministério da Saúde para tratar da venda de vacinas. O encontro foi mediado pelo reverendo Amilton de Paula, da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários e pelo coronel Hélcio Bruno, do Instituto Força Brasil.
“No dia 12 de março eu estive no Ministério da Saúde. Me levaram ao Ministério da Saúde: o reverendo Amilton, o Dominguetti, o coronel Hélcio Bruno, do Instituto Força Brasil. Lá nós estivemos com o coronel Boechat, coronel Pires e com o coronel e secretário Elcio Franco”, disse Carvalho.
Em seguida, o presidente da CPI defendeu a intensificação das investigações sobre a atuação do Instituto Força Brasil.
“Acho que é importante esta CPI verificar – de que este Instituto Força Brasil também já estava sob checagem, sob análise na CPMI da Fake News e no inquérito sobre fake news. Então acho que é um elemento a mais para ser apreciado pela CPI”, declarou Aziz.
É impressionante como no meio de toda podridão, incompetência, omissão, o desgoverno Bolsonaro ainda conseguiu reunir religiosos e militares para praticar crimes contra a Administração Pública, contra a sociedade e a vida dos brasileiros.
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